Continuando a nossa série sobre o Japão, hoje contaremos um pouco mais sobre o Monte Fuji.
O local é considerado uma referência em religião, cultura e estilo de vida japonês. Você dificilmente encontrará algum morador que nunca tenha feito a escalada ou que não a recomende. Caso não tenha a intenção de escalar o Fuji, vamos fazer outro post falando sobre o Monte Fuji e de como aprecia-lo de outros locais.
Monte Fuji
O Monte Fuji briga um vulcão inativo há mais de 300 anos e é um dos cartões postais do país. Por conta de sua magnitude é uma referência aos amantes de escalada – estima-se que 200 mil pessoas subam a montanha por ano.
O longo caminho do Monte Fuji, apesar de ser considerado relativamente fácil por muitos trilheiros, pode ser intenso e desgastante aos novatos e despreparados. É por essa razão que criamos um guia que te ajudará a se organizar para essa subida e se proteger de possíveis surpresas.
Toda dica é preciosa para quem é sábio demais para não menosprezar o Fuji-san.
Quando ir?
Prefira programar a sua viagem entre julho e setembro, durante o verão japonês. Nessa época, é possível ir ao Monte Fuji sozinho, sem tours ou guias, que são obrigatórios em outras épocas do ano. Durante o inverno, por conta do excesso de neve no pico, a subida no Monte Fuji não é permitida.
Outra dica importante é: tire um dia inteiro para a escalada.
A maioria das pessoas que fazem o trajeto até o cume do Monte Fuji levam cerca de seis horas. E, como para descer todo o santo ajuda, o retorno até a quinta estação dura, em média, três horas. Ou seja, a subida total ao Monte Fuji leva em média nove horas.
Mas você também pode economizar uma diária de hotel subindo o Monte Fuji à noite. Muita gente escala a montanha com o objetivo de ver o sol nascer, pois a vista é linda e revigorante. A gente só não garante que você não irá querer dormir em alguma das estações para se abrigar do frio.
Quanto custa?
Você não paga ingresso de entrada para subir o monte. Porém, recomenda-se a doação de 1.000 ienes (cerca de 30 reais) para ajudar na manutenção da infraestrutura local. Acredite, depois de conhecer o local, você com certeza irá querer colaborar.
Como chegar lá?
A 5ª estação do Fuji fica em Fujiyoshida, facilmente acessível via trem. Para chegar à trilha, pegue a linha JR Yamanote e desça em Shinjuku. De lá, embarque em um ônibus Tokyo/Fujikyu Highland e peça ao motorista para descer na Estação Fujisan. Então basta comprar um bilhete de ônibus para a quinta estação, a 2.300 metros da base da montanha. Onde começa a aventura.
Todo esse caminho dá o total de 5.000 yens e o trajeto até lá é um tanto demorado. Por isso, calcule que gastará cerca de quatro horas até chegar ao início da subida.
O que levar?
Subir o Monte Fuji é tranquilo e muitas crianças mais velhas fazem. No entanto, o trajeto é demorado e desgastante por conta da altitude e do frio. Por essa razão, traga tudo o que você levaria para uma boa trilha de altitude.
Dica de checklist: roupas adequadas, quentes e impermeáveis (ou capa de chuva), casaco corta-vento, sapatos confortáveis e de cano médio (para evitar torções), lanternas, comida, água, protetor solar, óculos e… máscaras cirúrgicas!
Isso mesmo: conforme as pessoas vão caminhando pela trilha, a poeira sobe. Por isso, é bom usar uma para proteger o rosto. Não se preocupe em parecer ridículo: o que mais você encontrará no Japão é gente usando essa máscara.
É bom também levar dinheiro extra. Os japoneses são muito organizados e você encontrará muitas estações “de recarga” durante a subida. No entanto, por estarem em um local de extrema necessidade, eles cobram um pouco caro pelos serviços que, muitas vezes, são indispensáveis.
No entanto, nunca deixe de entrar em uma. Nelas, você terá acesso à água, comida, roupas (caso você não tenha se preparado adequadamente), banheiros químicos, dormitórios e até mesmo garrafas spray de oxigênio para socorrer pessoas que não tenham se adequado bem à altitude.
Como é a trilha?
A subida tem várias estações e você começa a partir da quinta. O início do trajeto é até leve, mas já na sexta estação a altitude e o caminho vão ficando mais pesados e exigindo um pouco mais do corpo. Por isso a recomendação é sempre fazer uma parada a cada quilômetro para descansar.
A partir da oitava estação, elas acabam aparecendo a cada duzentos e cinquenta metros, então é fácil pedir socorro caso você se sinta mal. O topo é bastante frio e o risco de hipotermia é real, portanto é bom ficar atento a elas.
Aquela neblina toda do caminho, pode acreditar, são nuvens. Você perceberá assim que continuar subindo. Às vezes elas impedem uma vista livre das regiões aos arredores, por isso tenha consciência que nem sempre será possível ver Tóquio inteira lá de cima, mesmo com a paisagem sem árvores da montanha.
Não importa se você planeja ver o sol nascendo ou se pondo, leve a lanterna. É difícil calcular o tempo que você fará subindo e o quanto ficará lá em cima, então um pouco de luz ajuda a aumentar a visibilidade. Não confie na iluminação do celular. As acabam mais rápido que pilhas.
Perto do cume, você irá se deparar com um torii xintoísta. Para os religiosos, esse portal separa o mundo material de um espaço sagrado. Os japoneses acreditam que a subida do Fuji está relacionada a um processo de iluminação espiritual.
É por isso que o topo conta com um templo. Não se esqueça de ser respeitoso com esse espaço. Obviamente muitos turistas não serão, mas não custa nada fazer a sua parte. ☺
Lá em cima você poderá também se admirar com a cratera gigantesca do vulcão. É bem divertido caminhar ao redor dela e imaginar a sua magnitude quando era ativo. Também é bacana observar a sombra que a montanha projeta na cidade durante o pôr-do-sol. É realmente impressionante.
Conheça mais sobre o Monte Fuji no post de amanhã. Espero que tenha gostado.
Gostou?
Pois então fique ligado para os nossos próximos posts da série sobre o Japão. Traremos ainda muito mais novidades sobre o assunto para você preparar a sua viagem.